Nos últimos tempos, o Brasil tem vivido um ressurgimento alarmante da censura literária, um fenômeno que, há algumas décadas, parecia pertencer aos capítulos mais sombrios de sua história. O caso recente da diretora de uma escola no Rio Grande do Sul, que proibiu o livro "O avesso da pele", do professor e pesquisador Jeferson Tenório, ilustra esse retorno inquietante ao arbítrio na escolha do que pode ser lido em sala de aula.
Livro «O avesso da pele» do professor e pesquisador Jeferson Tenório.
O livro trata do racismo estrutural, da educação, das relações familiares e afetivas. No entanto, foi criticado sem fundamento pela diretora de uma escola no Rio Grande do Sul por seu conteúdo supostamente inadequado, comprometendo o direito à informação e à liberdade de expressão, e refletindo uma regressão preocupante em um país que aspira ao desenvolvimento intelectual e cultural.
Esse não é um incidente isolado. Livros têm sido censurados sob o pretexto de proteger valores morais ou preservar a juventude. Da mesma forma, eventos literários sofrem restrições e boicotes, minando os esforços dos escritores para promover a diversidade de ideias que a literatura oferece.
É urgente que a sociedade civil e as instituições educacionais se unam para defender a liberdade de expressão, rejeitando qualquer forma de censura. O futuro da literatura brasileira depende não apenas da produção de novas obras, mas também de sua difusão sem restrições. Proteger a liberdade de leitura é proteger a democracia e o progresso social.
Resumo do Artigo original « Por que devemos combater a censura a livros » por Henrique Rodrigues no blog Coletivo Brasil.
https://blog.sens-public.org/coletivobrasil/por-que-devemos-combater-a-censura-a-livroshenrique-rodrigues/